terça-feira, 10 de janeiro de 2017

O Livro negro das cores, de Menena Cottin e Rosana Faría


"O livro negro das cores"
Texto de Menena Cottin e ilustrações Rosana Faría
Editado pela Bruaá Editora em 2009

"A subtileza deste livro demonstra a beleza da percepção do mundo através dos nossos sentidos e na sua complementaridade. Convidando-nos a reflectir sobre como será aquilo que nos rodeia para quem não vê, esta grande obra obriga-nos a reformular o mundo através dos seus cheiros, sabores, texturas, sons; a recriar, de forma imaginativa, as coisas que nos envolvem. Um livro que nos lembra que há sempre mais para além do que vemos, um livro para redescobrir a riqueza sensorial do nosso corpo e determo-nos na beleza oferecida por essa sensibilidade. Exceptuando o texto, todo o livro é negro. No entanto, as ilustrações em alto relevo e o texto em braille, permitem experimentar as texturas e jogar com as descrições poéticas das cores."

Começa assim:

"Segundo o Tomás, o amarelo sabe a mostarda, mas é macio como as penas dos pintaínhos.

O vermelho é ácido como o morango e doce como uma melancia, mas dói quando aparece no joelho arranhado.

O castanho estala debaixo dos seus pés quando as folhas estão secas. Às vezes cheira a chocolate, outras vezes cheira muito mal.


(...) No entanto, se as nuvens o cobrem e começa a chover, fica branco."

Fonte: interior do livro

CRÍTICAS DE IMPRENSA

O júri do prémio Bologna Ragazzi atribuiu unanimemente o prémio Novos Horizontes ao Livro Negro das Cores de Menena Cottin e Rosana Faría. As razões foram inúmeras e variadas. Em primeiro lugar, o livro é uma belíssima ferramenta de ensino de grande valor ético, um puro prazer para todos os leitores. As duas autoras conseguiram transformar a vibração da cor em límpidas sensações tácteis (...). Ao mesmo tempo, é um livro inteiramente conseguido e de um enorme valor estético para quem vê. A contida elegância da ilustração é o resultado de uma profunda pesquisa e um vasto conhecimento cultural. Com este prémio, o júri reconhece o poder deste livro em congregar a diversidade de leituras possíveis e assim derrubar velhas barreiras. 

Júri do prémio Bologna Ragazzi 

Todas as páginas são negras, como as vê o Tomás, o texto está na página esquerda encimado por braille. Na página direita, as ilustrações, em negro e com simples imagens em relevo para os olhos dos que vêem ou para quem o lê de olhos fechados.
Uma obra repleta de beleza, delicadeza e ternura, premiada na Feira de Bolonha em 2007

Nicolás Santoveña, Revista Peonza

O texto sensorial e descritivo, acompanhado por braille e combinado com um design inovador, faz deste livro um perfeito ponto de partida para discussões sobre a diferença, perspectiva e o experienciar e descrever o mundo de forma diferente, tópicos relevantes para leitores de todas as idades.

Kristen McKulski, Booklist

Uma experiência de leitura única e inovadora. Altamente recomendável.

CM Magazine

Fascinante, desafiador e encantador.

Kirkus Reviews 

Da Venezuela, chega-nos um livro graficamente sofisticado da autoria de Menena Cottin e Rosana Faría, com o curioso título: “O livro negro das cores”. Um livro assombroso na sua simplicidade, forte no seu impacto. 

Kristi Jemtegaard, Washington Post Book World 

Numa tentativa de passar a experiência da cegueira, este livro, da autoria de duas artistas venezuelanas, é uma experiência triunfante de leitura. Texto branco em páginas negras, encimado por braille; na página oposta, também negra, as imagens sugeridas pelo texto estão impressas em veniz espessurado, convidando o leitor a tocá-las. (Descodificar as imagens desta forma, propositadamente, é difícil)
"O Tomás - começa o narrador - diz que o amarelo sabe a mostarda, mas é suave como as penas dos pintaínhos". Do lado oposto, delicadas penas flutuam pela página. Embora o conceito seja, por si só, cativante, as citações sobre cor revelam Tomás como um personagem de carácter forte. O vermelho "dói", o castanho "estala" e o verde "sabe a gelado de limão". São afirmações vindas de alguém que já meditou bastante sobre o assunto. No entanto, "...o preto é o rei das cores. É suave como a seda quando a mãe o abraça e o envolve com o seu cabelo." Seria um erro entender este livro como uma mensagem sobre a compensação dos outros sentidos na cegueira; essa interpretação não faz justiça a tudo aquilo que o Tomás nos oferece quando saboreia, sente, ouve e cheira as cores.

Publishers Weekly
Fonte: Wook
Ilustrações de Rosana Faría

Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 3º ano de escolaridade

Obra disponível na rede de Bibliotecas do concelho de Arganil
Boas leituras!

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