sexta-feira, 24 de junho de 2016

Ynari: a menina das cinco tranças de Ondjaki

Ynari: a menina das cinco tranças
Um livro de Ondjaki com ilustrações de Danuta Wojciechowska
Editado pela caminho em 2004 

Ynari é uma menina com cinco tranças e muita vontade de conhecer outras aldeias.
Perto do rio, Ynari encontra um homem pequenino e descobre que a guerra também faz parte do mundo. Com a ajuda das suas cinco tranças, a menina vai mostrar que as crianças, com magia e ternura, podem mudar todas as aldeias e acabar com todas as guerras.
Numa viagem de sensibilidade e sabedoria, com estrelas e cores, é possível inventar ou destruir palavras. Brincando com os sentidos da vida e da paz, Ynari redescobre uma palavra antiga cheia de uma magia nova: «amizade». 
Fonte: www.caminho.leya.com


Começa assim:

Era uma vez uma menina que tinha cinco tranças lindas e se chamava Ynari. Ela gostava muito de passear perto da sua aldeia, ver o campo, ouvir os passarinhos, e sentar-se junto à margem do rio.
Certa tarde, já o Sol se punha, Ynari ouviu um barulho. Não eram os peixes a saltar na água, não era o cágado que às vezes lhe fazia companhia, nem era um passarinho verde. Do capim alto saiu um homem muito pequenino com um sorriso muito grande. E embora ele não fosse do tamanho dos homens da aldeia de Ynari, ela não se assustou.
O homem muito pequenino andava devagarinho e devagarinho se aproximou.

– Olá! – cumprimentou.
– Olá – respondeu Ynari, receando que estivesse a falar alto de mais para o tamanho do ouvido
do homem muito pequenino.
 – Desculpa, mas não sei o teu nome...
– Eu também não sei o meu nome... – desculpou-se o homem muito pequenino.
– Mas chamam-me homem pequenino.
– Ah, está bem... – sorriu Ynari, enquanto se deitava na relva para ficar mais perto dele.
– Eu tenho um nome só, quer dizer, uma só palavra: chamo-me Ynari.
– Ynari é um nome muito bonito – o homem pequenino sentou-se, ficando, assim, ainda mais pequeno.
– Posso fazer uma pergunta, homem muito pequenino?
– Podes fazer muitas perguntas.
– De onde vens?
– Venho da minha aldeia, que fica mais para cima, junto à nascente do rio.
– E lá, na tua aldeia, são todos pequeninos?
– Sim, somos todos mais pequenos que vocês, quer dizer, depende daquilo que entendemos por «pequeno». Não achas?
– Nunca tinha pensado nisso. Sempre pensei que uma coisa menor fosse uma coisa pequena...
– Pode não ser assim... Conheces a palavra «coração»?
– Conheço! – sorriu Ynari. – E não é só uma palavra, é isto que bate dentro de nós – e mostrou no seu peito onde o coração batia.
– Claro, e... O coração é pequeno para ti?
– É... e não é! Cabe tanta coisa lá dentro, o amor, os nossos amigos, a nossa família...
– Vês? – disse o homem mais pequeno que ela. – Às vezes uma coisa pequenina pode ser tão grande...”

Fonte: interior do livro


Livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura para o 4º ano de escolaridade


Obra disponível na rede de Bibliotecas do concelho de Arganil
Boas leituras!

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